Executivo ensina como transformar o erro em investimento

Uma das palavras que Ernesto Pousada, de 51 anos, mais repete é “transformação”. E não é à toa. Seu grande desafio na Ingredion, companhia que desenvolve ingredientes naturais para uso na indústria alimentícia (humana e animal), é preparar os negócios para o futuro.
Para isso, está à frente de um grande projeto de mudança cultural, que estimula os funcionários a pensar de maneira inovadora, ter cabeça de dono e se abrir para a diversidade — inclusive a de pensamentos.
Formado em engenharia mecânica, o executivo é pouco afeito a hierarquias e passou por companhias de diferentes atuações, como a Suzano, de papel e celulose, onde ficou por 11 anos, e a química e petroquímica Dow, da qual ostentou o crachá durante 15 anos.
O escritório é totalmente aberto e ninguém tem assento marcado, nem eu nem minha equipe. A Ingredion é uma empresa de 90 anos que sempre se marcou muito pela inovação, mas o escritório anterior não refletia isso. Precisávamos de um espaço mais moderno e que incentivasse a interação, pois, cada vez mais, a colaboração entre as áreas é fundamental. Antes de eu entrar nessa reunião para conversar com você, resolvi uma questão no caminho. No outro escritório, tinha muita sala.
Eu acredito na informalidade das coisas, não temos tempo a perder com hierarquia. Não temos mais tempo para formalismo. Se esperarmos processos e reuniões, ficaremos para trás. Esse escritório reflete isso. Até a maneira como nos vestimos está mais light. Gravata ninguém usava, mas agora o pessoal está mais à vontade para usar jeans e tênis. Em alguns lugares, o escritório tem cara de casa, com sofás em que a luz do sol bate. Criamos uma copa com frutas à vontade, o que proporciona uma interação que não tínhamos antes.
Tudo isso faz com que as coisas andem mais rapidamente e mais suaves.